A recente decisão do vereador Victor Bini de assumir a liderança do governo na Câmara Municipal de Campo Largo gerou surpresa e dúvidas entre eleitores. Eleito com um discurso de oposição ao prefeito reeleito Maurício Rivabem, Bini agora se posiciona como principal articulador do Executivo no Legislativo, levantando questionamentos sobre os motivos dessa reviravolta política.

Durante a campanha eleitoral, Victor Bini esteve ao lado de Christiano Puppi, então candidato a prefeito, e de Pedro Barausse, candidato a vice-prefeito o qual Victor Bini foi assessor. Ambos representavam uma alternativa de oposição à gestão de Rivabem. Nos discursos de campanha, Bini fazia duras críticas à administração municipal ao lado de Pedro Barausse e prometia atuar de forma combativa e fiscalizadora.

A mudança de postura levanta questionamentos sobre os reais interesses por trás dessa decisão. Parte dos eleitores que acreditaram no seu discurso de independência agora se sentem frustrados. Nas redes sociais, a nomeação de Bini foi amplamente debatida, com opiniões divididas entre aqueles que veem pragmatismo na decisão e os que interpretam como uma quebra de compromisso com seus eleitores. Teria então Victor Bini traído seus eleitores?

Outro ponto que chama atenção é que o prefeito Maurício Rivabem escolheu um vereador que, até recentemente, era opositor para liderar o governo na Câmara, em detrimento de nomes mais alinhados à sua gestão. Os vereadores Junior Polaco Preto e Rogério da Viação, ambos do partido do prefeito e os dois mais votados na eleição municipal, não foram escolhidos para essa função.

Junior Polaco Preto foi o vereador mais votado na cidade e já tinha histórico de alinhamento com a base governista. Rogério da Viação, o segundo mais votado, também sempre foi um nome forte dentro do partido do prefeito e foi secretário do prefeito no mandato anterior. A opção por Bini em vez de um desses dois nomes reforça a hipótese de que houve negociações estratégicas nos bastidores.

Fontes políticas indicam que, após conquistar seu mandato, Victor Bini teria se afastado de Christiano Puppi e Pedro Barausse para se aproximar da atual administração. Embora não haja informações concretas sobre os termos desse alinhamento, o movimento sugere um cálculo político para garantir maior protagonismo e influência dentro do Legislativo.

A grande questão agora é como Bini conduzirá seu mandato a partir dessa mudança de posição. Ele continuará sendo um vereador atuante e fiscalizador, como prometeu em campanha, ou se tornará um defensor incondicional das pautas do governo? A resposta a essa pergunta poderá definir sua trajetória política nos próximos anos e a reação de sua base eleitoral.

A pergunta que não quer calar.
Victor Bini estrategista ou traidor ? 


Matéria: Marcopolo Pais