A dois dias do pré-Carnaval, a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e a Sabesp não têm plano para a distribuição de água potável, prevista em lei federal durante eventos de grande porte. A previsão é de calor intenso, com temperaturas até 5ºC acima do esperado.

Procurada, a Sabesp não informou quanto a mais de água será distribuído e nem a quantidade dos chamados pontos de hidratação, onde serão montadas estruturas para os foliões se servirem com suas garrafas e copos. A gestão Nunes não respondeu.

A previsão de calor acima da média para os oito dias de programação mobilizou os blocos a exigir flexibilidade nos horários de concentração e dispersão caso haja temperaturas acima da média e tempestades.

Nesta terça-feira (19), o prefeito afirmou que irá manter o horário de encerramento dos blocos por "falta de concordância" da Polícia Militar, e pediu para os organizadores seguirem as regras à risca e finalizarem os desfiles até as 19h.

Neste ano, a prefeitura irá receber R$ 27,8 milhões da Ambev, empresa escolhida por edital para patrocinar o Carnaval de rua -R$ 1,2 milhão a mais do que foi investido pela empresa no ano passado. É o terceiro ano seguido que a marca vence a licitação do Carnaval paulistano.

Em troca, a empresa obtém exclusividade na venda de bebidas pelos ambulantes. De acordo com a prefeitura, 15 mil ambulantes foram cadastrados neste ano. As garrafas de 500 ml de água mineral serão vendidas a R$ 5.

O acesso gratuito a água potável em grandes eventos é previsto em lei federal aprovada no ano passado, após a morte de Ana Clara Benevides, 23, durante show da Taylor Swift no Rio de Janeiro, em novembro de 2023. A sensação térmica no estádio Nilton Santos, local da apresentação, era de 60ºC, quando ela desmaiou e foi socorrida, mas não resistiu a uma parada cardiorrespiratória.